O Wolfram|Alpha (um produto recente da Wolfram) é um motor de pesquisa inovador, surpreendente e ambicioso que pretende tornar a computação de todo o conhecimento do Mundo ao alcance de todos.
Basta escrever a questão/problema em linguagem corrente, não é preciso (embora também se possa) usar uma linguagem técnica. Podem-se introduzir desde as questões mais simples (ex: apenas um nome dum país ou pessoa) até às mais complexas (cálculos matemáticos). As questões podem ser das mais diversas áreas, Ciência, Cultura, Economia, História, Música, etc. É claro que o Wolfram|Alpha não consegue responder a tudo (e ainda parece só funcionar em inglês), mas consegue coisas verdadeiramente surpreendentes.
Com isto tudo, não me admirava se o Wolfram|Alpha viesse a ter tanto sucesso como a Wikipedia ou a Google!
A primeira impressão que tenho (também só conheci o Wolfram|Alpha agora) é que a novidade do Wolfram|Alpha está na combinação de:
- uma rápida aplicação de internet;
- que (através das técnicas adequadas) consegue reconhecer uma pergunta escrita em linguagem corrente e transformá-la num problema matemático/computacional;
- para depois aceder a diversas bases de dados de todo o Mundo e recolher as informações potencialmente úteis e necessárias;
- e, finalmente, usar o Mathematica (o principal produto da Wolfram, com mais de 20 anos de experiência), para fazer os cálculos computacionais e apresentar as respostas/resultados potencialmente interessante;
- e isto tudo num piscar de olhos!
Posto isto, e depois de revelar a minha admiração por esta "nova tecnologia", convém ressalvar que o Wolfram|Alpha, embora possa ser uma ferramenta muito útil, não é a solução para todos os nossos problemas, porque:
- antes de fazer uma pergunta é preciso saber o que se quer perguntar!;
- e depois de saber o que se quer perguntar é preciso saber qual é a melhor forma de colocar/enquadrar/definir a pergunta (e aqui não falo da sintaxe, mas sim dos conceitos)!;
- e depois de definida a pergunta, ao tentar respondê-la, usando informações e técnicas matemáticas/computacionais já existentes, é preciso saber da natureza dessas informações e desses métodos para confirmar se são adequados/aplicáveis à nossa questão (toda a informação e todos os métodos têm o seu domínio de aplicabilidade, fora do qual não são válidos!);
- e depois de obtidos os resultados computacionais, é preciso saber interpretá-los, compreendê-los, fazer sentido deles!;
- e, finalmente, será todo este conjunto (dados e métodos usados, resultados obtidos e sua interpretação), que será a resposta à nossa pergunta!
(E assim, sem querer, quase que resumi a essência do método científico! Faltaria apenas acrescentar que: uma pergunta nunca tem uma resposta definitiva, pode sempre surgir uma nova resposta que, sendo mais correcta/completa, substitui a antiga; e que cada resposta a uma pergunta aumenta o nosso conhecimento e suscita na nossa curiosidade ou na nossa necessidade nova(s) pergunta(s) que nos levam a recomeçar todo o processo!)
Esta ressalva parece-me ser válida não só para o Wolfram|Alpha, mas também para todas as outras ditas "novas tecnologias" que às vezes parecem prometer milagres: sejam as "high throughput technologies" em ciência, ou as "novas tecnologias" no ensino, ou as "novas" e as mesmo "não tão novas tecnologias" que usamos no nosso dia-a-dia! No entanto, infelizmente, parece que há pessoas que não têm esta ressalva em mente!
Agora, depois de (também) terem lido o meu "sermão", o melhor mesmo será experimentarem por vocês próprios o Wolfram|Alpha: http://www03.wolframalpha.com/ (eu também já o acrescentei neste blogue - barra do lado esquerdo!).
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